quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

FELIZ 2011!!!!

Já disse uma vez, mas vou repetir: quem quer mudar, muda hoje, muda agora, não deixa para o ano que vem!

Nessa época do ano tem muita gente fazendo planos de mudar em 2011. Listas de promessas, planos de mudar de vida, de agir diferente, de querer ser uma pessoa melhor, mais saudável, mais feliz...

Eu comecei minha mudança em Outubro. Depois de uma decepção muito grande com relação ao resultado de um concurso público, isso sem falar de um ano inteiro de decepções por causa de todos os outros concursos que prestei. Depois de me sentir a última pessoa do mundo por tantas vezes, por não conseguir emprego, por sentir como se todas as pessoas andassem para frente e só eu estivesse parada... Estagnada!! De repente acordei para a vida, que foram 3 anos estudando para os concursos, para fugir do medo de enfrentar o mercado de trabalho, percebi que eu estava me diminuindo e evitando fazer um monte de coisas pelo simples medo de ERRAR.

ERRAR é algo tão natural quanto acertar. Ninguém me pediu para ser perfeita, mas eu queria exigir isso de mim e por isso acabei fracassando no pior de todos os fracassos que era o de nem tentar.

Em outubro eu perdi meu medo de timonear o Saltimbando (meu primogênito, veleiro que comprei junto com meu noivo) na represa. Em novembro perdi o medo de dirigir, depois de 6 anos de CNH sendo usada como documento de identidade apenas. Ainda em novembro tomei a decisão de tentar uma pós-graduação para 2011, decidi virar uma ambientalista maluca (por enquanto sou só maluca mesmo!! risos). Me inscrevi em alguns processos seletivos de boas instituições, mas estava com dúvidas de que fosse conseguir mesmo. De repente fui convocada para fazer o meu MBA em Gestão e Tecnologias Ambientais na POLI-USP!!! Que sonho!!! Depois me superei mais um pouco, aprendi uma nova profissão fazendo o curso de laminação em fibra de vidro. Já em Dezembro, comecei a fazer um curso de mergulho, justo eu que tinha tanto medo de água e que há 5 anos nem sabia nadar!! Uma super amiga (irmã) que estava estudando para os concursos comigo, conseguiu um emprego em um ótimo escritório de advocacia de São Paulo. Continuando a me superar, nas férias, em Maceió, fui para as Piscinas Naturais de Paripueira fazer snorkeling, em vários momentos cheguei a nadar com o meu noivo em partes com até 3 ou 4 metros de profundidade!! Acabei com a minha última barreira em relação ao medo de água, pois estar no mar, nadando, sem colete salva-vidas, foi totalmente novo e incrível na minha vida... O meu noivo foi chamado para uma entrevista de emprego em uma empresa muito boa, para morar num lugar legal e trabalhar com algo que ele gosta. Conversei com amigos muito queridos com os quais há muito eu não encontrava nem mesmo virtualmente...

Gente!!! O meu ano novo começou em outubro de 2010, com um chacoalhão da vida que foi simplesmente na hora mais perfeita... Todos os meus sonhos já começaram a se realizar, todas as minhas esperanças já estão virando realidade... Que venha 2011!!! E continue trazendo sucesso e felicidade não só para mim, é claro, mas para todos aqueles que acreditam na felicidade e no sucesso e que se esforçam para que a vida seja sempre melhor!!

FELIZ 2011, pessoal! Saúde, Sucesso, muita, muita, muita FELICIDADE a todos (e juízo!!)...



Obs: 2010 foi um ano especial também... começou com a correria do emprego do meu noivo, passou para a visita da minha cunhada linda nas férias de julho, depois veio a compra do Saltimbanco e o tanto que velejamos esse ano, curtindo o nosso bebê; depois veio tudo o mais que já citei nesse post... (definitivamente minha vida é muito feliz... Tchau, tchau, 2010, muito obrigada por tudo!!! Seja bem vindo, 2011 e tomara que você seja ainda melhor do que 2010!)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Time of your life


Se você morresse agora, estaria satisfeito com o que fez até agora? Se você soubesse que vai morrer amanhã, o que você faria até lá? E se você descobrisse que está morto agora, quantos arrependimentos teria para amargurar?


Há mais de 15 anos, eu conheci um menino que estava na sexta série do ginásio (na época ainda nem era ensino fundamental!), eu estava na oitava série. Descobri que ele era priminho de um amigo do meu irmão. Passei cola muitas vezes para o garoto (na época os professores misturavam os alunos de várias séries diferentes na mesma sala de aula no dia da prova, para evitar colas, mas não adiantava muito, porque o pessoal mais velho costumava ser legal com os mais novos e passávamos cola pra eles mesmo sem receber nada em troca. Hoje, entrei no orkut de manhã e enquanto eu xeretava o perfil de alguns conhecidos, sem querer encontrei o menino... Meu deus! Ele já é um rapaz! Caramba, me senti tão velha... (risos)

Isso me lembra que há pouco mais de um ano, eu fui dar os parabéns, para um priminho meu no dia do aniversário dele, via orkut também. Na verdade ele é filho de uma prima minha. E quando eu escrevi: "Feliz Aniversário, primo!", ele respondeu: "Obrigado, Sá, agora já posso até ser preso!". Eu respondi em voz alta no meu quarto, lendo a mensagem dele: "NÃO! Não pode, não!". Gente! O filhinho da minha prima, de quem eu ajudei a trocar fraldas, em quem eu ajudei a dar banho quando bebê, o menininho que eu carregava no colo sob chuva na volta da pescaria, agora era um homão de 18 anos! Já está na faculdade!

'o_O

Mas brincadeiras à parte, lógico que o tempo passa para todos. E eu acredito que aproveitei muito bem cada minuto da minha vida. Quando criança eu brinquei muito, posso não ter aprendido a andar de bicicleta (risos), mas com certeza pulei muitos muros, rasguei muitas roupas, e as cicatrizes que carrego até hoje pelo meu corpo são a maior prova de que a minha infância foi muitíssimo bem aproveitada. Adolescência foi uma época conturbada, como acredito ser para a maioria das pessoas. Embora hoje em dia seja moda ser "nerd" ou "geek", mas na minha época, ser nerd era sinônimo de ser anti-social e era uma decretação de exclusão em relação à ala popular da escola. Mesmo assim, posso dizer que aproveitei ao máximo todas as crises existenciais e de popularidade que todo adolescente deve passar para um dia, na idade adulta poder bater no peito e dizer: "eu sobrevivi à adolescência!" (risos).

Dos 17 anos de idade até os 20 aninhos eu curti toda a maravilha da juventude e da solteirice! (risos) Não vou entrar em detalhes, porque hoje em dia não pega bem, já que eu tenho namorado e sou quase uma "trintona" (risos), mas eu posso dizer que naquela época eu não me preocupava nem um pouco com o que os outros falavam de mim, eu aproveitei tudo o que eu tinha para aproveitar e as únicas provas de que eu um dia fui aquela maluca desvairada são algumas fotos perdidas pelo mundo das baladas mais loucas de São Paulo, nem posso contar com as minhas lembranças nem dos meus amigos daquela época, porque acho que a gente não tinha os neurônios devidamente ajustados para sermos considerados testemunhas de qualquer coisa que acontecesse naquelas baladas malucas...

Ainda aos 20 anos, a vida levou um pedaço de mim. O meu irmão, que era a pessoa mais importante da minha vida, faleceu repentinamente quando o coração daquele japonês cabeçudo simplesmente parou de bater... Naquela época eu acordei para a realidade mais cruel e mais maravilhosa que existe: ninguém é eterno e amanhã pode não chegar até mesmo para os mais jovens. Depois de superada uma depressão que empacou um monte de coisas na minha vida, eu decidi que a vida era frágil e curta demais para eu perder tempo com preocupações desnecessárias, comecei a viver ainda mais intensamente a vida que eu já aproveitava tanto, mas que a partir daí passou a ter um valor muito maior para mim.

Meu namorado também acordou para essa realidade sobre viver o HOJE, o AGORA, curtir cada segundo e cada oportunidade que temos na vida, porque a gente nunca sabe se o amanhã vai chegar. Lógico que não precisamos ser irresponsáveis e sair fazendo besteiras, gastando dinheiro e sem pensar no futuro, correr o risco de chegarmos aos 80 anos arrependidos de não termos feito nada produtivo na vida, só termos feito besteiras... O nosso jeito de aproveitar é muito mais de dar valor às oportunidades que sorriem para a gente, nós viajamos sempre que podemos, nós nos dedicamos ao que gostamos nas nossas horas vagas, a velejar, ao mar, à construção da nossa vida futura, mas sem deixar de curtir o momento presente.

Mas tem tanta gente por aí desperdiçando a vida! Gente que fica enfurnado no escritório, trabalhando loucamente para juntar muito dinheiro para gastar na aposentadoria, que pode nem chegar... Tem ainda aqueles que não aceitam a ideia de envelhecer e parecem querer ser crianças para sempre, não amadurecem, não percebem que a vida muda e a gente tem que mudar com ela, temos que criar responsabilidades. E aqueles que gostam tanto da solteirice, que não se imaginam de jeito nenhum amarrados a uma única pessoa para o resto da vida. Mas afinal, precisam pensar que beleza e juventude passam, um dia a gravidade cumpre com o seu papel e tudo cai! (risos) Um dia, tudo murcha... E o que fica é a inteligência, o companheirismo, seus amigos estarão casados com seus respectivos companheiros (as) e você estará sozinho(a) se não acordar para a realidade de que todo mundo precisa de alguém para se fixar um dia.

Eu sei que é preciso coragem para aproveitar verdadeiramente a vida... E eu não estou falando sobre saltar de paraquedas ou bungee jumping, eu estou falando é de escolhas! É preciso ter muita coragem para fazer escolhas, para se arriscar a fazer as escolhas erradas, mas mesmo assim, não deixar de escolher um caminho. O meu namorado sempre diz que é melhor errar do que nem tentar. E é por isso que a gente é tão feliz, por isso que conseguimos aproveitar tão bem as nossas vidas, porque nós temos essa coragem. Nós escolhemos um ao outro há mais de 6 anos, nós escolhemos nossas profissões, nós escolhemos o que fazer com as nossas vidas e tem dado certo! É muito fácil não mudar, permanecer na mesmice, ser para sempre a menininha indefesa que depende de tudo e de todos para tudo, ou a perva maluca descabeçada que não precisa se preocupar com as responsabilidades. Da mesma forma é fácil ser para sempre o garanhão da turma, o "catador", cada dia com uma mulher diferente, sem ter que se preocupar com responsabilidades ou com se dedicar emocionalmente a alguém, ou ser o bobão solteirão sempre em busca da mulher perfeita que não existe e postergar infinitamente a vida adulta!

Se você continuar sendo exatamente como é hoje, daqui a 20 anos, você estará satisfeito com isso? Você estará completo(a) emocionalmente, profissionalmente, fisicamente? Você terá saúde? Terá companhia? Estará feliz?

O medo de se entregar a um futuro desconhecido é terrível, mas superar esse medo, ser capaz de largar o nosso mundinho conhecido e se aventurar em escolhas que podem nos levar à glória ou à derrota, é uma sensação fantástica de poder, de capacidade de ir além, de poder fazer qualquer coisa que sonharmos, porque até mesmo nas derrotas nós aprendemos lições que nos levam aos caminhos corretos depois. Toda escolha é uma renúncia. Mas nem sempre renunciar é ruim. Abrir mão de uma vida que não te faz sentir como se estivesse andando para frente certamente é muito bom. E por mais incerto que seja o outro caminho possível, certamente é melhor do que ficar estagnado! Aproveitar a vida, o tempo que temos aqui para curtir essa existência e se vamos fazer dela uma aventura cheia de vitórias, felicidade e superações ou se faremos dela um grande martírio, um sofrimento sem fim, é uma escolha que cabe a cada um de nós. Tem um trecho de um livro do Amyr Klink que eu acho fantástico e se encaixa perfeitamente e isso tudo:

"Dias inteiros de calmaria, noites de ardentia, dedos no leme e olhos no horizonte, descobri a alegria de transformar distâncias em tempo. Um tempo em que aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com as grandes ondas e não discutir com o mau tempo. A transformar o medo em respeito, e o respeito em confiança. Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer." (Amyr Klink, CEM DIAS ENTRE O CÉU E O MAR)

Aproveitar o tempo que temos nessa vida tem menos a ver com as besteiras que os jovens erroneamente acreditam ser o tal "curtir a vida" ou "curtir a juventude" e mais a ver com saborear as delícias de cada fase. Todas as épocas da vida são importantes e todo crescimento é igualmente importante. Para ser feliz não é preciso ser um jovenzinho virtuoso para sempre. A felicidade está na simplicidade de deixar a vida mostrar as encruzilhadas e a partir delas fazermos nossas escolhas. Ser livre é poder escolher seus novos caminhos e não ficar aprisionado no conceito estúpido que associa juventude com liberdade.

Hoje, se eu morresse não teria arrependimentos, estaria satisfeita com o que fiz até aqui. Se eu soubesse que vou morrer amanhã, abraçaria meus pais hoje, passaria a noite namorando e veria o sol nascer junto com o meu namorado e no restante do tempo comeria um chocolate muito caro, um queijo delicioso, um vinho especial e deixaria para ter dor de barriga lá do outro lado! (risos) E se eu continuar a evolução da minha vida do jeito que estou levando, tenho certeza que daqui a 20 anos eu serei uma quase cinquentona muito feliz e satisfeita com a minha vida, com o meu namorado fantástico, com a minha família incrível e com saúde, equilibrada física, espiritual, mental, emocional e profissionalmente. Envelhecer é uma delícia, mas eu vou continuar usando o hidratante anti-aging! (risos).

Letra e Tradução de "Time of your life" do Green Day

Time Of Your Life

Another turning point
a fork stuck in the road
Time grabs you by the wrist
directs you where to go
So make the best of this test
and don't ask why
It's not a question
but a lesson learned in time

It's something unpredictable
but in the end it's right
I hope you had the time of your life

So take the photographs
and still frames in your mind
Hang it on a shelf
of good health and good time
Tattoos of memories
and dead skin on trial
For what it's worth
it was worth all the while

It's something unpredictable
but in the end it's right
I hope you had the time of your life [X3]

O Tempo de Sua Vida

Outro momento decisivo
Uma bifurcação cravada na estrada
O tempo te agarra pelo pulso e
te mostra aonde ir
Então, dê o seu melhor nesse teste e não
Pergunte por que
Essa não é uma pergunta,
Mas sim uma lição que se aprende na hora certa.

É algo imprevisível
mas no final é certo
Espero que você tenha curtido o tempo de sua vida

Então pegue as fotografias e as imagens
Dispersas em sua mente
Coloque-as na prateleira
da boa saúde e dos bons tempos
Tatuagens de memórias
e cicatrizes em julgamento
O que vale a pena
Valeu durante todo o tempo

É algo imprevisível
mas no final é certo
Espero que você tenha o tempo de sua vida [X3]


(http://www.letras.terra.com.br)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fiber Glass: new way of life

Meu! É impressionante como pequenas coisas têm um impacto tão grande para mudar a sua vida... Eu fiz um curso de laminação em fibra de vidro no fim de semana e hoje a minha vida parece estar tão diferente!

Tá certo que tem um pouco de exagero, afinal, não vou largar tudo e sair laminando por aí... Mas a verdade é que a partir de agora eu tenho mais uma profissão: "Oi, prazer, eu sou Relações Públicas e Laminadora de Fibra de Vidro!" (risos).

Bom, brincadeiras à parte, mas há 2 anos eu não me imaginava no ponto em que estou agora. Hoje eu já me vejo, em breve, se alguém me pedir para me apresentar, dizendo minhas habilidades e tal, eu vou dizer: "Oi, muito prazer, meu nome é Karen, sou velejadora, mergulhadora amadora, relações públicas, laminadora de fibra de vidro, também restauro barcos e faço pias de mármore sintético e sou ambientalista, com especialização na utilização consciente de recursos hídricos e descarte adequado de resíduos da laminação. (risos)

Isso me lembra a Angélica, uma moça que conheci em um cursinho, que fiz no começo do ano, preparatório para concursos públicos, ela se apresentou assim: "Oi, eu sou doutora em direito (sei lá das quantas)". Eu olhei pra ela e disse: "Oi, prazer, eu sou a Karen e não sou doutora!" (risos)

Voltando ao assunto... Eu me formei há 3 anos, em Comunicação Social com Habilitação em Relações Públicas. E naquela época eu tinha pavor que isso me definisse. Hoje eu tenho orgulho de me dizer uma Relações Públicas, porque amadureci a ideia que eu tinha sobre a profissão. E eu não preciso ser aquela profissional fútil só preocupada com os coquetéis e festinhas de final de ano, nem apenas com os muraizinhos da empresa e com o famigerado "rádio peão". Eu vejo hoje a possibilidade de fazer a diferença dentro de uma organização, tanto com a educação ambiental e conscientização em termos de sustentabilidade desde a alta gerência até os colaboradores mais simples e os terceirizados, me vejo como uma agente modificadora. Afinal qualidade e economia podem sim andar juntas. Aprendi coisas tão legais nesse fim de semana do curso de laminação, por exemplo, que em muitas empresas, a qualidade do produto fica comprometida por falta de consciência dos trabalhadores, que gastam material em excesso, gerando desperdício para a empresa e defeito no produto, pois não há a conscienticação adequada sobre o conceito de sustentabilidade e excelência. Além disso, me vejo como uma conhecedora do meio ambiente e dos processos de laminação de fibra de vidro, com uma visão muito mais técnica, o que faz de mim uma excelente comunicadora para empresas que lidam com esses temas e que precisam de alguém que represente, planeje e gerencie a imagem da organização, a comunicação  integrada, de forma a trabalhar os conceitos comunicacionais tendo conhecimento técnico desses assuntos.

E eu que tenho carteira de motorista desde 2003, mas tinha medo de dirigir e só comecei a dirigir de novo há 2 semanas, pois enfrentei e superei meu medo, hoje não só dirijo o carro para qualquer lugar, como também navego qualquer barco em águas abrigadas, com a minha habilitação de arrais amadora. E em breve não terei nem limites de navegação, pois está nos planos tirar as habilitações de Mestre Amadora e de Capitão Amadora. E pensar que semana que vem vou fazer meu curso de mergulho com certificação internacional PADI, sendo que há 2 anos eu tinha pavor de água, há 4 anos eu nem sabia nadar (nem boiar)! E pensar que eu que nunca terminava nada na minha vida, terminei no ano passado o curso de língua japonesa e hoje já posso escrever cartas para os meus avós, tios e primos no Japão e ler as notícias no site japonês. Pense agora na minha auto-estima como está? (risos)

A auto-estima está tão lá em cima, que não sei  quem é maior, ela ou a felicidade que ela proporciona. Lógico que pra conquistar uma felicidade desse tamanho é preciso não ter preguiça, nem medo de trabalhar, estudar, enfim, de lutar muito pelos sonhos e pela superação dos obstáculos. E ao invés de gastar o meu tempo e a minha energia reclamando da vida, da falta de sorte ou das contas a pagar, investir o mesmo tempo e energia para realizar os feitos que me trouxeram até aqui.

Já consigo ver a vida sob uma nova perspectiva, não só porque aprendi a laminar ou fazer mármore sintético, não só por dirigir carros e pilotar barcos, não só por ver a minha profissão como algo mais promissor do que antes, não  só por ter aprendido a nadar e por estar prestes a me tornar uma mergulhadora certificada internacional, mas por tudo isso junto, pelo sentimento de que sou capaz de fazer qualquer coisa que eu queira, desde que me empenhe por ela, pela minha auto-estima que massageia o meu ego e que me faz ser mais feliz e pelas minhas conquistas que deixam todos os que amo orgulhosos de mim e faz os estranhos me admirarem, isso tudo assim, nessa mistura maluca da minha vida é que me mostra novos caminhos a serem seguidos, um jeito novo de encarar a vida e o que está por vir.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

I believe!

Que jogue a primeira pedra a garota que nunca teve algum devaneio de contos de fadas!

A maioria das mulheres, hoje, pode não admitir, mas em algum momento, pelo menos, num passado distante, sonhou com um príncipe encantado chegando em um cavalo branco, ou desejou que sua fada madrinha aparecesse para salvá-la da sua vidinha normalzinha...

Eu tinha um pouco de complexo de Cinderela quando eu era criança, achava que um dia surgiria uma fada madrinha que me transformaria na mais bela de todas as meninas e que eu sairia correndo da baladinha, eu perderia algum documento e algum dia um belo rapaz em seu gol bola branco apareceria no meu portão me pedindo em casamento! (risos) Tá, não era bem assim, forcei um pouco a barra aqui... Mas a verdade é que, sim, eu queria ter um sapatinho de cristal e esperava que alguma fada madrinha aparecesse para me deixar mais bonita (lembrando que eu ainda era a japa gorda, feia, nerd e antissocial).

Quando eu fiquei mais velha, lá pela adolescência, eu sempre achava que algum "príncipe encantado" apareceria no meu portão a qualquer momento com flores e dizendo que sempre foi apaixonado por mim e que agora tinha tomado coragem de se declarar. Claro que os supostos príncipes encantados daquela época eram meninos que estudavam comigo no colégio (blargh!) e os amigos da faculdade do meu irmão (esses até eram mesmo mais interessantes!!! risos...). Lógico que essa é a parte mais boba da minha crença em contos de fadas, mas no fundo, nunca deixei de acreditar que eles existissem de verdade, mesmo que de formas diferentes das contadas para as crianças.

A verdade é que mesmo depois de descobrir que Papai Noel não existia, eu continuei a colocar no meu quintal a graminha para as renas comerem e o baldinho com água, pois eu tinha pena delas, deviam estar cansadas depois de percorrerem tão longas distâncias. Eu sempre vi a minha vida como um conto de fadas, porque eu acho a minha vida feliz demais para ser realidade. Ouvia as pessoas falando o tempo todo de problemas familiares, problemas financeiros, problemas de relacionamento... O meu único problema era não ter um namorado, mas essa era a parte em que eu ainda acreditava que um dia chegaria um príncipe encantado! (risos)

Um dia, uma amiga me disse: "Karen, eu não acredito que realmente exista felicidade!". Eu olhei para ela horrorizada com aquela afirmação e pensei: "Cara! Ou ela é uma pessoa muito infeliz ou eu sou muito estúpida, porque eu me considero feliz...". Outro dia uma amiga disse que não acredita em "alma gêmea" ou "a pessoa feita para você"... CARAMBA! Como um ser humano consegue sobreviver sem acreditar no "Felizes para sempre"?!?!?!?!?!

'o_O

Talvez eu seja a ingênua, a louca, a boba, ou sei lá o que... Mas eu acredito na felicidade, tanto que me considero suuuuuper feliz. Tenho uma família que me apóia nas minhas loucuras, me dá suporte diante das dificuldades, me ama; moro numa casa muito boa, sem problemas financeiros, com até muito conforto; tenho um namorado MARAVILHOSO (falo mais sobre ele depois), me dou super bem com a família dele, meus sogros são ótimos, minha cunhada é a irmãzinha que eu sempre quis ter; tenho boa formação acadêmica e apoio dos meus pais para seguir estudando para ter um bom futuro profissional; tenho oportunidades incríveis na minha vida, já viajei para a Europa, para o Japão, para a Argentina, sem falar nas viagens pelo Brasil, para o Nordeste, para o Sul, dentro do Sudeste mesmo... Se eu reclamar da minha vida, mereço levar uma porrada bem no meio da cara, porque loucura seria reclamar de um ou outro probleminha ou contratempo, diante de tanta coisa boa que eu tenho na minha vida! Eu VIVO um conto de fadas...

Além dessa felicidade, que acho que nem preciso mais dizer nada, né?! Eu sou a prova viva de que felicidade existe, sim. No que diz respeito a não acreditar que exista "a pessoa feita para você", posso dizer que passei anos e anos da minha adolescência sonhando com um príncipe encantado, mas que quando o MEU príncipe chegou, ele tinha mais era ares de sapo... Calma! Meu namorado é lindo, deixa eu explicar: acontece que ele era beeeeeeemmmm diferente de tudo o que eu idealizava no homem da minha vida. Eu sonhava com um cara magro, alto, cabelos compridos, sem muitos pêlos nem barba grossa (porque eu tinha nojo! risos), metaleiro, branquelo, nerd, meio esquisito, meio antissocial, sedentário (como eu era! risos)... Certo, na época em que o conheci, ele: tinha cabelo curto, ele é baixo, não é muito magro, é beeem peludo/ barbudo, estava numa fase meio raver, era um popzinho, andava de bicicleta, pelo menos era branquelo e nerd! risos... Eu não sei porquê eu gostei dele e não sei porquê ele gostou de mim, já que eu também não exatamente correspondia ao tipo de mulher que ele procurava. E, no entanto, foi algo absolutamente mágico, pois ele é de Maceió e eu de Santo André, eu estudava em São Paulo e ele em Campinas e nós nos conhecemos em um ônibus a caminho de uma conferência de estudantes em Maringá! Agora alguém diga que não houve uma conspiração das boas energias do universo para que nós ficássemos juntos!

O que tenho a dizer sobre "príncipes encantados" é que eles existem! O meu é o que eu esperava, a Fera de A Bela e a Fera! (risos) Ele é mal humorado e peludo, me ama e, na maior parte das vezes, é desajeitadamente fofo. Somos bastante diferentes um do outro, mas ao mesmo tempo, aprendemos muito um com o outro, pois ambos sempre estivemos dispostos a entender um pouco mais do mundo do outro. E o resultado disso é que hoje nós temos o NOSSO mundo, os NOSSOS sonhos, e aprendemos a respeitar as particularidades de cada um. E somos TÃO felizes juntos!!

Como não acreditar em contos de fadas, em felicidade, em príncipe encantado, ou no "Felizes para sempre"?! I'm living my life happily ever after because I believe!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

In the land of the blind, the one eyed man is king

Há duas semanas, minha mãe se submeteu a uma cirurgia na boca. Nada muito complicado, apenas um enxerto para posterior implante dentário. Mas durante aproximadamente 30 dias, ela não pode comer nada sólido, tudo o que ela vai ingerir deve ser passado no liquidificador e ela deve tomar de canudinho.

Bem, passaram-se duas semanas e ela está aguentando bravamente. Mas ela vive olhando para a gente comendo e diz "ai, como é bom poder mastigar, né?" e "sua comida parece uma delícia!". Eu fico com pena da minha mãe, mas é ela mesma quem sempre diz que ela é feliz, pois mesmo que a comida dela seja líquida, ao menos ela tem o que comer, afinal o mundo está cheio de gente que nem isso tem. O que eles não dariam pela sopinha batida no liquidificador da minha mãe?

Ontem, enquanto nós estávamos jantando, minha mãe disse "ai, filha, que delícia você poder comer a comida mastigando, né?! É tão bom mastigar!". E eu não pude evitar a piadinha com fundo de verdade: "pois é, né, mãe? Mas tem muita gente por aí que prefere tudo mastigado...". Todo mundo riu, mas secretamente todo mundo conseguiu pensar em algum exemplo de pessoa que se encaixa nesse grupo.

É tão bom quando a gente luta para conseguir atingir nossos objetivos e, de fato, conseguimos alcançá-los, né?! O sabor de uma conquista normalmente é equivalente ao esforço demandado. Quando conseguimos as coisas de mão beijada, tudo mastigado, sem esforço, não damos valor.

Eu demorei anos para conseguir perder o medo de dirigir, porque como diz o próprio instrutor especializado em fazer gente habilitada perder o medo de dirigir, o primeiro passo para perder o medo é conseguir ligar para ele e marcar a aula. Realmente, eu demorei anos para tomar coragem de ligar para ele e, no dia em que consegui combinar a aula, fiquei torcendo para eu ou ele termos uma dor de barriga e a aula ser cancelada. Mas passada a primeira aula, a primeira superação, tudo começou a dar certo. Hoje eu consigo dirigir a qualquer lugar, tendo consciência de que sou péssima motorista, mas já não tenho medo, não me apavoro com buzinas e com gente xingando a minha mãe, vou com calma, sem pressa, quando o carro morre eu ligo de novo, quando engasga eu dou risada, e assim vou seguindo. Tenho em mente que a melhora vem com o tempo e que só de ter superado o medo, já foi a maior de todas as conquistas. Hoje dou muito mais valor ao simples ato de dirigir do que certamente teria dado se tivesse sido fácil desde o começo, se eu nunca tivesse tido de enfrentar o pavor de dirigir alguma vez na minha vida.

Tenho certeza de que a minha mãe dá muito mais valor ao simples ato de mastigar, do que a maioria das pessoas, que mastigam a comida com pressa e sem nem pensar no que estão fazendo, engolem a comida ainda quase inteira e saem correndo para fazer qualquer outra coisa. Tem gente que gosta de tudo mastigado na vida, mas que vida mais sem graça deve ser essa, na qual não se precisa lutar por nada!

Sou diabética desde os 15 anos de idade. E antes disso eu comia arroz, massas, batata, frituras, doces, hamburguer, hot dog, pizza... Comia como uma ogra! Hoje, eu preciso selecionar o que vou comer e, quando me permito comer alguma dessas coisas "proibidas", eu degusto como se fosse a melhor e mais rara comida do mundo, mastigo, sinto o sabor e vou comendo bem devagar, curtindo o sabor. Quando eu era saudável não dava valor a essas comidas mesmo gostando de come-las, hoje, para mim elas valem mais do que ouro.

É triste, mas quase sempre a gente só dá o devido valor às coisas quando as perdemos. Quantas histórias de gente que só dá valor ao companheiro(a) quando perde. Quantas histórias de gente que só dá valor à visão quando a perde, ou à fala, ou à audição, ou aos bens materiais, familiares, amigos... Mas que coisa mais besta, né?! Por que esperar perder para dar valor?

Tão melhor seria se as pessoas passassem a valorizar a felicidade que possuem nesse exato momento em vez de pensarem nos problemas que estão vindo. Que bom seria se as pessoas ficassem felizes com o que acontece de bom em suas vida, ao invés de ignorar essas dádivas e ficarem só martelando nos problemas. 

Problemas todos temos, mas cabe a cada um escolher se será um refém deles ou se superará cada um deles sem deixar de valorizar tudo de bom que acontece concomitantemente. Mas afina, parece que é mais fácil passar o dia reclamando das contas a pagar e das políticas dos governantes corruptos, do que sentir-se grato por ter saúde, por ter uma família, por ter um teto etc.

Eu sempre digo pra minha mãe, que às vezes a gente reclama que não tem um calçado novo, mas tem gente que não tem calçado nenhum e, pior, tem gente que nem pé tem para usar um calçado. Tem gente que reclama dos gastos, mas tem gente que não pode nem gastar. Tem gente que reclama do trabalho, mas tem gente que nem trabalho tem!

Quando somos egoístas demais e pensamos apenas nos nossos problemas, parece que eles são os piores possíveis, mas quem consegue olhar em volta, percebe que nossos "problemas" seriam a solução para muitas outras pessoas. 

No filme SETE ANOS NO TIBET um monge diz a seguinte frase: "Se um problema tem solução, então você não precisa se preocupar com ele. Se um problema não tem solução, então preocupar-se não vai ajudar a resolve-lo."

Se as pessoas não se preocupassem tanto com seus supostos problemas, talvez conseguissem dar mais valor a felicidade que possuem agora e não na felicidade que esperam conquistar no futuro quando não existirem mais problemas. Para o pessimista sempre haverá problemas, então a desejada felicidade futura, sempre estará no futuro, não vai chegar nunca! E, no AGORA, há tanto para se comemorar, para dar valor, há tanta felicidade...

Dizem que em terra de cego, quem tem um olho é rei. Eu diria que nesse mundo cheio de gente que se afoga nos próprios problemas, quem nada para a superfície e consegue ver a felicidade por cima do mar de problemas é rei. 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Filosofia do Pernilongo

Essa noite havia um pernilongo no meu quarto. Ele fazia um barulhão irritante e já tinha me deixado com as pernas e os braços coçando. Levantei da cama, coloquei o veneninho na tomada, aproveitei para fazer um xixi e voltei para o quarto para dormir tranquila. O veneno não funcionou e o safado do pernilongo continuou a me azucrinar. Eu então levantei, acendi a luz do quarto e comecei a caçada para matar o tal insetinho. De repente me dei conta da cena patética: eu, de madrugada, saltando pelo meio do quarto e batendo palminhas para tentar matar aquele porcariazinha que não me deixava dormir.

Liguei o ventilador e dormi.

Há cerca de 10 anos, eu JAMAIS faria isso, teria perdido, se necessário fosse, a noite inteirinha na caçada pelo tal pernilongo, não descansaria enquanto não tivesse ele espatifado na minha mão suja do meu próprio sangue e do corpinho magricelo do pernilonguinho. Mas o tempo passa e a gente muda, né?! Hoje em dia acho que a minha noite de sono é demasiadamente preciosa para eu perder meu tempo com um insetinho tão insignificante que nem consegue vencer o ventinho do ventilador que meu irmão comprou por R$30 nas Casas Bahia há mais de uma década.

Eu já tive muitas faces... Pra começar, era a japonesa gorda, nerd, feia e antissocial. Depois passei por uma daquelas transformações ao maior estilo "patinho feio" e passei a uma fase totalmente patricinha, fresquinha, ainda nerd e antissocial, mas fiquei bonitinha e aprendi a valorizar meu corpo através de roupas que me fizeram pular de "gordinha feia" para "japa gostosa" (certo, um regiminho me ajudou nessa mudança!! risos...). Depois cansei de ser "gostosa", foi o princípio da fase metaleira. Mas chegou a faculdade e eu passei para a fase "bicho-grilo". Superada essa fase, vou só mencionar que passei por uma fase baladeira não muito certa das idéias e daí eu conheci o meu namorado, primeiro e único! Depois eu perdi meu irmão, que era meu melhor amigo, meu suporte, meu tudo e começou a minha fase maníaca-depressiva, totalmente malucona, psicótica, doida varrida, sem noção. Depois veio a fase velejadora, que não é exatamente uma fase, pois não tende a acabar, mas sim a se agregar às futuras fases. E recentemente a mais nova de todas é a fase ambientalista, eco-chata, corajosa e aventureira.

Todo mundo muda, espera-se que, para melhor. Hoje eu prefiro protetor solar do que quilos de maquilagem, porque sei que a beleza que o protetor solar proporciona, vai ser mais efetiva futuramente do que a beleza instantânea proporcionada por uma boa maquilagem. Acho que aprendi a ser menos imediatista, perdi aquela coisa dos adolescentes de querer que todas as coisas aconteçam AGORA por medo de perderem a oportunidade ou a fase da vida. Roupas e calçados, não tenho mais coleções inteiras, as que eu tenho hoje em dia são as confortáveis, afinal roupa bonita é aquela que me deixa confortável. Parei com os video-games, hoje o meu negócio é viver na vida real as aventuras dos meus heróis preferidos, então eu velejo, eu escalo, eu salto, eu corro, eu viajo pelo globo, eu dirijo, eu cozinho, eu tenho amigos de carne e osso, nada contra os virtuais, mas cá para nós, a vida é muito mais interessante sem a intermédio de uma telinha.

Enfrentei meus medos, tracei novos rumos, idealizei com mais maturidade e mais clareza os velhos planos do passado. Hoje eu prefiro camping do que hotel, pela proximidade com a natureza, pela delícia da simplicidade, pela diversão e por ser mais barato. Prefiro uma boa noite de sono a uma baladona ou ao desafio de acabar com a vida do insetinho chato. Prefiro um bom livro do que a televisão. Hoje eu prefiro pisar na lama da Represa Guarapiranga e ficar com o pé cheinho de sangue sugas para conseguir chegar ao meu barco, do que ficar sentadinha na cama jogando Zelda e fazendo o Link velejar entre as ilhas do jogo. Eu prefiro ir ao supermercado, comprar os ingredientes e fazer um jantarzinho todo especial, na companhia do meu amor, do que ir a um restaurante da moda. E acho mais gostoso o café na prensa francesa, que dá um trabalhão pra fazer, mas é muito mais café. Hoje eu não bebo mais para ficar bêbada, aprendi a degustar boas bebidas. E prefiro comer queijos holandeses e franceses com uma boa garrafa de vinho e a companhia do meu namorado, do que as cervejadas com um monte de gente que eu nem conheço direito. Voltei a ser uma idealista, mas agora com ideias mais amadurecidas sobre o que eu efetivamente posso fazer para colaborar com o mundo. 

Mudei, porque tudo na vida muda, a própria natureza tem ciclos, e a nossa vida é feita de períodos, fases a serem vividas e superadas. O passado deve ser uma feliz lembrança e um aprendizado; o presente, como o próprio nome diz, é um presente, uma dádiva a ser aproveitada intensamente e ser a base para as ações do futuro; e o futuro não precisa ser incerto, é só uma questão de planejamento e de perseguir os sonhos. Mudar é amadurecer, aprender com os erros, reconhecer suas fraquezas e suas derrotas, é ser capaz de analisar criticamente a si mesmo e aos outros de forma a se tornar melhor a cada dia.

Quem critica os velhos amigos, os vizinhos, os parentes, os conhecidos ou quem quer que seja por essas pessoas terem mudado, é porque não tem a capacidade de amadurecer e notar que a vida passa sem pedir licença, silenciosamete, impiedosamente e initerruptamente, e quem não quer ser deixado para trás, deve se adaptar aos novos rumos e novos tempos, deve se tornar uma pessoa melhor, amadurecida, mais responsável, menos mimada, mais disposta, mais flexível, ou seja, quem está vivo precisa mudar, pois os acomodados são como mortos-vivos, atrapalhando o caminho e buscando sugar a energia vital daqueles que batalham para serem felizes.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sailing Happiness

Sentada a bombordo do Saltimbanco, o veleiro que meu namorido e eu compramos, sinto o vento tocando meu rosto junto com a água que espirra loucamente. Meus óculos de sol, apenas para não entrar água nos olhos, porque não há sol. O barulho do vento passando pelas velas e da água indo de encontro ao casco, são praticamente os únicos sons do ambiente. Logo atrás de mim, na popa da embarcação, uma mão no leme e a outra na escota da vela mestra, está o homem que eu amo. Nós seguimos a tarde toda assim, em silêncio, apenas curtindo a presença um do outro, naquele ambiente que é o nosso preferido.

Nos dias em que velejamos é quase sempre assim. A gente sente a felicidade vindo em rajadas, fortes e assustadoras. Nós damos valor a tudo aquilo que carregamos conosco no Saltimbanco: a companhia um do outro, nossos sonhos, nossa cumplicidade silenciosa, o vento que corta de um lado a outro, a água que vem de todos os lados e se espalha por todo o convés, nosso relacionamento que fica mais forte a cada novo bordo e a cada novo jibe...

Desde que começamos a velejar, há pouco mais do que um ano, muita coisa mudou. Nós descobrimos a vida que queremos para nós para sempre, mas não é só isso. Passamos a pensar que não adianta comprar um monte de coisas, adquirir um monte de bens, se eles não couberem dentro do nosso barco onde planejamos morar. Aprendemos também que somos tão insignificantes na natureza, dependemos dos ventos e das águas e precisamos estar em sintonia com esses elementos e com os animais que vivem nesse ambiente.

A gente depende da intensidade do vento, das marés, das chuvas, dos animais, enfim, nós temos que nos adaptar ao que todo um conjunto de elementos impor. Assim perdemos aquela arrogância típica do ser humano de achar que é o dono do mundo e que tudo e todos devem se curvar perante sua magnitude. Não! Nós somos só uma partezinha e precisamos nos adequar, pois as coisas não acontecem sempre do jeito que nós queremos que aconteçam.

A arte de ser flexível, o dom da paciência, a humildade, tudo isso nós ainda estamos aprendendo e creio que sempre teremos um pouco mais a aprender a cada dia das nossas vidas.

Recentemente eu entendi que TODO MUNDO erra, e quem não erra é porque tentou pouco. Então cabe a escolha: uma vida sem erros e sem aventuras ou uma vida repleta de grandes feitos e equivalentes erros? Não sei, posso estar errada, mas me parece tão mais feliz aquele que erra (e aprende com os erros!).

Dia desses li numa revista: "No mar, muito acerta quem desconfia que às vezes erra.". Achei essa frase fantástica e termino esse post, acrescentado a ela, mais duas citações que eu acho bárbaras:

"Eu aprendi com a primavera a me deixar cortar e voltar sempre inteira." (Cecília Meireles)

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver. (...) o mundo na TV é lindo, mas serve para pouca coisa. É preciso questionar o que se aprendeu. É preciso ir tocá-lo." (Amyr Klink)

domingo, 21 de novembro de 2010

Ventos e Insetos

Há um inseto na janela. Ele está há horas dando cabeçadas no vidro, tentando atravessá-lo.  Cabeçada atrás de cabeçada, mas o coitado não sai do lugar. Ao mesmo tempo, um ventinho gostoso entra pela mesma janela, pelas frestas na lateral. Mas mesmo que não existissem as tais frestas, o vento entraria pela porta ou por alguma outra janela. Mas e o inseto? Até quando ele vai ficar dando cabeçadas no vidro?

Uma vez me disseram que a vida dos insetos é muito curta. Bom, para alguém que vive apenas algumas horas, ou, com sorte, alguns dias, esse pequenino na minha janela, está perdendo muito tempo da preciosa vida dele tentando ultrapassar um obstáculo que poderia ser facilmente evitado se ele desse uma volta maior ou se ele tivesse a capacidade que o vento tem de se flexibilizar a ponto de passar pela menor das frestas.

Tem muita gente "inseto" por aí, dando cabeçadas na vida, sem sair do lugar, reclamando de tudo e de todos, acreditando que existe uma conspiração do universo para tornar sua vida mais difícil. Como se a vida dessas pessoas fosse tão importante a ponto de o universo se dar ao trabalho de conspirar contra elas. Gente que se recusa a dar uma volta maior, porque colocou na cabeça que ESSE é o caminho mais curto/ fácil para atingir seus objetivos e, que por ser muito esperto, não vai perder essa "oportunidade".

Deveria existir mais gente "vento" por aí. Flexíveis, espertos, sem preguiça de dar a volta maior. Gente disposta a fazer o que for preciso para que as coisas dêem certo. Gosto de gente "vento". Não se abalam com coisas pequenas, não ficam reclamando da vida, ao invés disso, poupam a energia das reclamações, para transformar em ações. 

O vento ajuda a polinizar as plantas, faz com que veleiros naveguem e com que aviões se mantenham no ar. O vento é poderoso, pode ser um agradável conforto nos dias quentes, mas também pode acabar com cidades inteiras quando na forma de tornados e tufões. Ele é uma das formas mais expressivas de a natureza mostrar que está viva e sentindo cada uma das nossas ações. Gente vento é assim, poderosa!

Os insetos também ajudam a polinizar, obviamente tem papel importantíssimo nos ecossistemas. Mas vamos concordar que são chatinhos, né?! Alguns ficam sobrevoando nossas cabeças fazendo barulho irritante, outros picam, mordem, sujam... E não são muito espertos! Gente inseto é assim, lógico que desempenham até funções importantes, fazem parte da vida da gente, mas são chatos e não são muito espertos, embora sejam os que mais se acham inteligentes, espertões e tals.

Todos os dias eu descubro a felicidade em algo novo. Hoje, para mim, a felicidade está em ser vento, em sonhar e saber que mesmo que eu tenha que dar uma volta enorme, eu vou realizar os meus sonhos. A felicidade está em saber que o impossível só existe para aqueles que já se acomodaram. Neste momento eu vejo frestas e me preparo para percorrer o caminho mais longo se for necessário. Estou feliz por não estar tão obcecada por um objetivo a ponto de não enxergar o vidro e ficar dando cabeçadas nele.