Hoje, depois do almoço, meu pai foi passear com o cachorro na rua. Ele encontrou com uma vizinha nossa que pediu para que ficássemos de olho na casa dela por uns dias, pois ela e o marido estarão fora. Isso já aconteceu antes, vários vizinhos pedem para ficarmos de olho em suas casas especialmente nessa época do ano em que devido às festas e férias escolares, tantas residências são roubadas. Mas a minha vizinha não estava indo viajar com o marido... Ela estava indo ao hospital, porque o marido dela levou um tiro na cabeça há 2 dias.
Pensem num casal modelo. Pronto! São eles. Os meus vizinhos! Esse casal é lindo de se ver, moram em uma bela casa, têm bons carros, cachorros muito fofinhos (embora eu os prefira dentro do portão porque são dois pit bulls e um poodle, e eu tenho mais medo do poodle!). Eles são um casal jovem, bonito, com bons empregos. A minha vizinha uma médica trabalhadora, muito bonita, o meu vizinho, advogado, bonitão também, super caprichoso sempre de olho no trabalho dos pedreiros que estão terminando os detalhes da bela casa em que eles moram. Quase sempre tem festa na casa deles, sempre recebem muitos amigos e familiares. E no meio dessa vida perfeita, de toda essa felicidade, chegou um bandidinho qualquer, colocou uma arma na cabeça do meu vizinho e atirou sem dó!
A gente sempre vê a violência na TV, mas parece tão distante, quase como um filme. Mas quando acontece assim tão perto da gente, com uma pessoa que você costuma ver todos os dias, isso nos faz pensar no assunto. Como a vida nas grandes cidades se tornou perigosa e como cada vez mais isso vai chegando até mesmo nas cidades de interior. Hoje é difícil de se pensar em um lugar seguro para se viver.
Dizem que eu sou louca quando digo que quero morar no meio do mar!
Sempre que eu começo a falar sobre morar em um veleiro, que falo dos planos para essa vida, de conhecer ilhas distantes e terras que eu nem imagino que existam, ir para as altas latitudes do sul, aprender a viver com o suficiente, dentro de um barco de aproximadamente 35 pés, com o homem que eu amo, mergulhando em lugares paradisíacos e convivendo em harmonia com o oceano, os ventos, os animais e até mesmo as pessoas (risos) dos lugares por onde passarmos... Invariavelmente o meu discurso é interrompido por algo do tipo: "vocês são malucos! o mar é perigoso... lá tem tsunamis e furacões e animais enormes devoradores de gente! já pensou se você encontra uma baleia ou um tubarão?!"
=p
OK. Provavelmente nós não somos muito normais, temos uma forma de ver o mundo um pouco diferente da maioria das pessoas... Mas argumentar que somos loucos em querer ir morar no meio dos Oceanos pelo fato de lá ser perigoso??!!!! Aaaaaaaa... Vá catar coquinhos!!!!
Se o meu noivo postasse nesse blog ele acrescentaria aqui, certamente, a propaganda da OI de alguns anos atrás, que dizia: "Perigoso é ervilha!"
Eu concordo TOTALMENTE! (risos)
Mas a verdade é que as pessoas dizem para tomarmos cuidado com os perigos do mar, mas esquecem do tamanho da própria loucura delas continuarem a viver nas grandes cidades, convivendo com todo tipo de perigos, desde a violência em si, até a reles imprudência de alguns.
Todos os dias estamos expostos a todo tipo de violência, acidentes, perigos cotidianos, ao irmos para o trabalho, para a escola, para o supermercado ou ao cinema... Quem não lembra do doidinho da Medicina da USP que entrou no cinema atirando em todo mundo? Quem não vê pelo menos uns 2 acidentes de carro diariamente nas vias em que trafega? Quem nunca foi assaltado, roubado ou teve algum objeto furtado? Quem mora em uma grande cidade e nunca foi vítima de nenhum tipo de agressão/ violência?
Eu acho muito mais provável ser assaltada, estuprada ou tomar um tiro, morando aqui em São Paulo, do que um tubarão me morder ou uma baleia me "atacar" na vida que pretendo levar no meio do mar.
Mas, enfim... Cada um que fique com a sua maluquice... Meus pais não pretedem deixar de morar por aqui, meus amigos pretendem continuar aqui ou até irem para cidades maiores (affff...). Eu prefiro ser a maluca que quer se mudar para o meio do oceano, acho que a vizinhança será menos barulhenta e os arredores mais tranquilos. (risos)
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