A saudade que eu sinto não é do passado.
Tudo o que vivi, foi completo, preencheu cada espacinho da alma. As lembranças são como filmes que passam na minha mente, dando a certeza de um vida feliz e sem arrpendimentos.
A saudade que eu sinto é do que eu nunca vou viver...
Quando penso no meu irmão, sinto saudade da velejada deliciosa juntos, que nunca aconteceu e não acontecerá; saudade de ir para a praia sendo eu a motorista, sendo que só comecei a dirigir depois que ele faleceu; saudade das conversas que ainda teríamos; saudade de irmos juntos aos shows que ainda vão rolar; e das viagens juntos que não faremos mais...
Pensando bem, sempre que senti saudade de alguém na minha vida, não era pensando no passado, mas sempre no presente, no que eu gostaria de estar fazendo AGORA com essa pessoa ou no que gostaria de fazer AMANHÃ.
Interessante pensar que a gente costuma associar a ideia de SAUDADE ao passado... Seria a tal nostalgia...
Não sei se é normal, mas eu, pelo menos, sinto mesmo é a enorme saudade de tudo o que eu jamais poderei viver.
A SAUDADE é um sonho incompleto, um desejo de algo impossível, como estar junto de alguém distante, ou viver uma determinada situação que não poderá mais ser vivida... A saudade é um vazio no presente que tento preencher com um plano para o futuro baseado em uma lembrança do passado, é provavelmente o sentimento mais difícil de explicar e mais complexo devido a sua falta de materialidade.
Saudade é tão forte, tão doloroso e tão delicioso quanto amar. É uma mistura estranha de sensações, um jeito que a alma da gente tem de mostrar que está lá dentro e que tem necessidades, naqueles momentos em que nos dedicamos demais ao mundo exterior e esquecemos que dentro de nós há um Universo inteiro que também precisa de cuidados e atenção.
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